terça-feira, 22 de abril de 2008
Dilúvio
Talvez nunca se desfaça. Fica sobre minha cabeça confusa.
Esta nuvem cinza, que paira, sem cessar. Amontoa meus pensamentos imundos.
E simplesmente vai e vem.
Quando penso que está longe, bem longe, ali está. Ela, intacta. A nuvem cruel e avassaladora.
São caminhos tortuosos. No meio uma flor que brota. E logo se desmancha, reduzida a pó.
Não sou nada, você não é nada.
E está nuvem também está em você, pode correr, pode se esconder, ela vai te encontrar.
E talvez seja infinita a sensação. O tempo vai passar, e sempre do zero.
E a vida se baseia nisso. Vivemos em busca de uma luz, tentando destruir a nuvem cinza.
Mas não basta apenas tentar destruí-la, afinal colhemos o que plantamos...são pequenos segredos, pequenas atitudes, que nos fazem crescer, ou até mesmo cair e nunca mais levantar.
E não devemos nos condenar, não vou me condenar. Se não tive sorte, não quer dizer que semeei coisas ruins, não. Simplesmente não tive sorte.
Ou tive?
Sei lá.
Fico tentando desvendar os motivos da tristeza, os segredos da alegria, mas é inútil, são coisas naturais, que vão acontecer contigo também, a única diferença é que cada um reage de uma maneira. Algumas pessoas se preocupam, outras não. E eu me preocupo.
sábado, 12 de abril de 2008
Cuidado
Um risco na flor, sim. Ela foi esmagada por mãos inexperientes.
Agora já é tarde, nada poderá fazer pela flor.
Ela murchou, denegriu quão bela imagem!
Estranha sensação de nudez.
Mas a flor? O que vai acontecer com suas sementes puras, e inocentes?
Elas germinaram, sozinhas, esquálidas talvez.
No vazio de um quarto, lá estão. Regadas ainda com a pureza e dedicação.
Tenha talvez o risco de não sobreviverem, arriscar é preciso.
Agora surgiu um broto, um pequeno broto, em meio à terra escura e molhada.
Uma esperança pulsa no peito daquela menina.
Uma lágrima rola em seu rosto pequeno.
E assim ela permanece, ali todos os dias regando-a. Já fazem alguns dias, e a aquela pequena planta já é reconhecida.
Um pontinho cor-de-rosa surge, em meio ao verde claríssimo. Nossa!
É uma flor, ela está aqui!
Agora alegram esses olhos cintilantes. Satisfeitos.
Bem que ela queria arrancá-la dali, para levá-la ao túmulo de sua mãe.
Porém, acha que seria tamanha crueldade. Então, ela à oferece em pensamento apenas.
Sabe que ela vai morrer, mas isso é natural. É aceitável.
Agora a garotinha observa aquela flor, que cuidou com tanto carinho. E como o orvalho, suas lágrimas banham, deixando pequenos pingos.
A flor já não existe, mas deixou com aquela pequena criança, o verdadeiro valor da dedicação, da compreensão e do amor.
Semear é preciso, regar e cuidar mais ainda. Não deixar que o amor murche e seja abolido do coração. Amar sempre. Sem cessar...a semente ainda poderá brotar.
(Mari)
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Atenção imediata...
Precisamos de atenção. Somos seres humanos frágeis, com sentimentos, com dores e medos.
Nada como um ombro amigo, para nos levantar nas horas difíceis.
Sabemos quem realmente nos ama, quando estamos afogando num mar infinito de desilusão, e derrepente aparece o inesperado, e tudo se transforma, tudo se regenera.
Isso se chama amor ao próximo, amor a quem nos ama. Compreensão, fidelidade.
- Compreender a situação, não se deixar abalar pelas circuntâncias.
- Ser fiel na amizade, mostrar confiança e firmeza.
- Transferir mesmo que sem querer; gestos de amor que aliviam o peito, que trazem paz interior.
Não é preciso muito, basta saber dar e receber. É necessário que possamos abrir nosso coração. Deixar as lembranças esvaírem, libertar nosso ego. Deixar a alegria pousar em nossa alma.
Tudo isso, imediatamente.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
...
Querer um momento de atenção. Um olhar sincero, que responda minhas incansavéis perguntas. Não vou pedir muito, apenas sinceridade e compreensão. Se achas que não está ao alcance, tome decisões, decisões que façam diferença.
O corpo, a mente, o coração. Tudo cansa. Tudo se dissipa por entre os dedos. E nada mais se pode fazer.
O arrependimento abaterá o peito, e um vazio tomará conta do ego insatisfeito. Voltar atrás? Recomeçar? Impossível. Cristal quebrado não cola mais.
Somos orgulhosos, indecisos, incompreensivéis por nós mesmos. Não saber viver; isso é ruim.
Penso. Penso. E penso. Isso vem de mim, não me precipito em nada, para evitar tombos maiores, se preparar para o acaso faz com que o coração não tome um choque elétrico, e venha esmorecer derrepente.
Não se pode fazer nada, apenas esperar e esperar, o tempo cura tudo, e responderá tais perguntas, ou pelo ao menos não me deixará sem resposta. Tudo é muito vago e penoso. Uma tela branca e sem razão.
Já não sou mais uma menina, e posso ser madura sempre que quizer. Não vou me adaptar, isso não quer dizer que não vou suportar.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Se não estás...
Como o frio que entra pela minha janela, meu coração pulsa em ritmo descompassado.
Uma solidão abate meu peito. Você não está aqui.
Isso é natural quando se trata de um sentimento puro. Já não vejo meu mundo escuro e embaçado. Tenho um amor. Carrego dentro de mim, sem mentiras, nem meticulosidades.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Arcanos...
Num enigmático mundo sutil...
A alegria que hoje pulsa em meu coração,
me faz sentir leve.
As dificuldades que fazem crescer,
hoje já não são temidas.
Dizer que tudo dá errado é egoísmo,
e não somos egoístas,
não é mesmo?
Afinal desfrutamos de um sentimento puro,
compartilhado sem medidas,
nem exigências.
Nossa...
é tão puro,
tão limpo,
tão autêntico.
Ser mais do que somos se torna missão impossível,
amar mais?
-Fora do padrão dos amantes.
Amor sem tamanho.
Amor que dói.
Amor que fala docemente, e ensurdece a alma louca por um beijo.
Não vou perder.
Não nasci pra isso.
Sou mais que seus olhos podem ver.
Sua presença me acalma, e me faz entender que a vida é doce de viver. Sinto firmeza nesse amor. Seu olhar razo e sincero, sua pele quente, seu cheiro que me inebria.
Vontade constante de você. Se pudesse te roubava pra mim. Tudo isso é amor. Somente amor. Simplesmente amor.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Acasos...
Qual será a maneira correta de agir?
Qual palavra que devo lhe dizer?
Que gesto devo ocultar?
Quantas vezes terei de reprimir meu coração para evitar surtos indesejavéis?
Como se não bastasse esta vida curta. Os dias são como sonhos, a única diferença é que me lembro o que aconteceu ontem.
Se sou diferente das outras pessoas, não sei. Mas sei que posso ser mais do que sou. Pelo ao menos tentar.
Meu coração se exala, e tudo na mesma. Meu jeito estranho, meu sorriso sincero, minha voz rouca e meu cheiro inesquecível. Talvez nunca mais se lembre de mim. Ou sua memória me procure por caminhos tortuosos, vagas lembranças do que não aconteceu.
Saudade do amanhã. Medo do passado. Insegurança no presente. Mas nada mais é necessário para ser feliz. Um amor. Um adeus. Uma lágrima. Um "nunca mais desapareça".
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