terça-feira, 22 de abril de 2008

Dilúvio

Talvez nunca se desfaça. Fica sobre minha cabeça confusa. Esta nuvem cinza, que paira, sem cessar. Amontoa meus pensamentos imundos. E simplesmente vai e vem. Quando penso que está longe, bem longe, ali está. Ela, intacta. A nuvem cruel e avassaladora. São caminhos tortuosos. No meio uma flor que brota. E logo se desmancha, reduzida a pó. Não sou nada, você não é nada. E está nuvem também está em você, pode correr, pode se esconder, ela vai te encontrar. E talvez seja infinita a sensação. O tempo vai passar, e sempre do zero. E a vida se baseia nisso. Vivemos em busca de uma luz, tentando destruir a nuvem cinza. Mas não basta apenas tentar destruí-la, afinal colhemos o que plantamos...são pequenos segredos, pequenas atitudes, que nos fazem crescer, ou até mesmo cair e nunca mais levantar. E não devemos nos condenar, não vou me condenar. Se não tive sorte, não quer dizer que semeei coisas ruins, não. Simplesmente não tive sorte. Ou tive? Sei lá. Fico tentando desvendar os motivos da tristeza, os segredos da alegria, mas é inútil, são coisas naturais, que vão acontecer contigo também, a única diferença é que cada um reage de uma maneira. Algumas pessoas se preocupam, outras não. E eu me preocupo.

2 comentários:

Unknown disse...

Gosto de coisas escuras, paisagens negras, nuvens cinzas, objetos nebulosos. A tristeza é meio que isso - essa pluma leve e intocada negróide. Mas eu sei que no fundo, no fundo, você não é uma pessoa triste, e que isso é mais um momento de exasperação oportuno, tipo uma válvula de escape imediata da realidade. Eu sei porque também sou assim - no fundo, bem lá no fundo, sou uma pessoa alegre, divertida, descontraída. Nós somos alegres e vibrantes. Nós somos positivos. Nós somos felizes. Porque nos amamos.

Unknown disse...

Ah - e não ponha ponto-final no título do texto. É errado e esteticamente feio. Uma dica, não leve a mal...