Um risco na flor, sim. Ela foi esmagada por mãos inexperientes.
Agora já é tarde, nada poderá fazer pela flor.
Ela murchou, denegriu quão bela imagem!
Estranha sensação de nudez.
Mas a flor? O que vai acontecer com suas sementes puras, e inocentes?
Elas germinaram, sozinhas, esquálidas talvez.
No vazio de um quarto, lá estão. Regadas ainda com a pureza e dedicação.
Tenha talvez o risco de não sobreviverem, arriscar é preciso.
Agora surgiu um broto, um pequeno broto, em meio à terra escura e molhada.
Uma esperança pulsa no peito daquela menina.
Uma lágrima rola em seu rosto pequeno.
E assim ela permanece, ali todos os dias regando-a. Já fazem alguns dias, e a aquela pequena planta já é reconhecida.
Um pontinho cor-de-rosa surge, em meio ao verde claríssimo. Nossa!
É uma flor, ela está aqui!
Agora alegram esses olhos cintilantes. Satisfeitos.
Bem que ela queria arrancá-la dali, para levá-la ao túmulo de sua mãe.
Porém, acha que seria tamanha crueldade. Então, ela à oferece em pensamento apenas.
Sabe que ela vai morrer, mas isso é natural. É aceitável.
Agora a garotinha observa aquela flor, que cuidou com tanto carinho. E como o orvalho, suas lágrimas banham, deixando pequenos pingos.
A flor já não existe, mas deixou com aquela pequena criança, o verdadeiro valor da dedicação, da compreensão e do amor.
Semear é preciso, regar e cuidar mais ainda. Não deixar que o amor murche e seja abolido do coração. Amar sempre. Sem cessar...a semente ainda poderá brotar.
(Mari)
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