sábado, 12 de abril de 2008

Cuidado

Um risco na flor, sim. Ela foi esmagada por mãos inexperientes. Agora já é tarde, nada poderá fazer pela flor. Ela murchou, denegriu quão bela imagem! Estranha sensação de nudez. Mas a flor? O que vai acontecer com suas sementes puras, e inocentes? Elas germinaram, sozinhas, esquálidas talvez. No vazio de um quarto, lá estão. Regadas ainda com a pureza e dedicação. Tenha talvez o risco de não sobreviverem, arriscar é preciso. Agora surgiu um broto, um pequeno broto, em meio à terra escura e molhada. Uma esperança pulsa no peito daquela menina. Uma lágrima rola em seu rosto pequeno. E assim ela permanece, ali todos os dias regando-a. Já fazem alguns dias, e a aquela pequena planta já é reconhecida. Um pontinho cor-de-rosa surge, em meio ao verde claríssimo. Nossa! É uma flor, ela está aqui! Agora alegram esses olhos cintilantes. Satisfeitos. Bem que ela queria arrancá-la dali, para levá-la ao túmulo de sua mãe. Porém, acha que seria tamanha crueldade. Então, ela à oferece em pensamento apenas. Sabe que ela vai morrer, mas isso é natural. É aceitável. Agora a garotinha observa aquela flor, que cuidou com tanto carinho. E como o orvalho, suas lágrimas banham, deixando pequenos pingos. A flor já não existe, mas deixou com aquela pequena criança, o verdadeiro valor da dedicação, da compreensão e do amor. Semear é preciso, regar e cuidar mais ainda. Não deixar que o amor murche e seja abolido do coração. Amar sempre. Sem cessar...a semente ainda poderá brotar.
(Mari)

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