segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vejo este céu em você - porque és minha imensidão. De escárnios e flores jogadas, os jarros que despedaçastes. Em pétalas, os risos que foram de mim. Te insinuas, olhares ínfimos, e mesmo assim- dói. Primeiro incomoda, a presença de estar. Se guardastes as lembranças, depois não tente esquecê-las. Foi irreal, enigmático, sutil. Em distantes fulgores. És o princípio do meu fim. De tarde, se estás; me acomodo. Se te ausentas, fujo em mim. Embriagados no sono. Palpáveis, sensatos e fiéis. Ao nada, ao nunca. Se estais. Estou pra sempre. Em miséria de afagos. Em fogos de artifício. Presumo que não vás. Presumo se ficardes. Alma minha agradece. Engrandece o meu eu. Ficas agora. Para sempre. E não voltes para trás. Apenas diga um Adeus – pra quem ficou- E nada mais.

sábado, 25 de julho de 2009

Dias distantes estás. Precioso ser de viver. No fluído de um sonho, uma lágrima. De certas formas em corpos sem dor. Apenas a sensação de uma calma infinita. O gozo do momento auspicioso. Saudade de um instante. Do terno colo. Da mão que consola e o braços que afagam. A serenidade de um rosto, os olhos que vi a pureza. As falas no íntimo sem fim. O lugar que não se esquece, palavras que guardadas estarão. Impossível esquecer. Doeu. Dói. É bonito, traz calma. A simples forma de poder. O dom da simplicidade. A chaga incurável de um amor bendito. E se estás em mim, ficará pra sempre. Guardado. Um cuidado de mãe. A doçura de uma mulher. A pureza de uma criança. Precioso dom, o dom de amar.E a saudade de um querer bem. E se reacende, é porque vai acontecer. Se tem esperança, há de vir em mim.

domingo, 19 de julho de 2009

Distâncias em almas reprimidas. Suaves pensamentos que buscam A imagem debilitada, as sensações Do não mais poder. Em frangalhos o coração; A saudade Inacabada. Se estivesse mais perto. Mais possível assim. E depois de um café Se foi. Lembrança de um rosto bonito, a simpatia. Fiel, esperanças em um Deus perfeito. Tudo cura, tudo passa. Tudo seria resolvido. Se não tivesse ido. Misérias de sonhos, nada mais satisfaz. As pessoas não são as mesmas. A esperança não acabou. Ainda há de se resolver. Se um dia voltar.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Enquanto é tempo

Na escada sentado, abatido. Aquele homem enfermo de coração. Um amor que partiu e nunca mais voltará. As nuvens levaram pra longe a sua alegria. A desordem em seu peito de minúcias e estampas. Primário sentimento de sofrer. Instinto que leva pra perto e se faz sentir bem. -Me ame? -Não vá! Desespero e sombras, vagos risos entre as vozes tristes. Risos de sopros ardentes. Desculpas esquecidas, perdão sem se dar. Oferecer o que já não possui, em busca de um suspiro aliviado. E assim traído em sensações de frio. Levado pelo inconsciente, pela vida disfarçada. Preso em correntes de ouro e pó. O homem infeliz, que já não possui nenhuma esperança. Apenas a dor da saudade, o peito fragmentado. Lascívia inconstante. Vontades e dores. Um dia ela voltará. Em ti. Um dia. Que seja.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Viajar nesse mar, que jamais virá em mim, outra lembrança. Distâncias, fluídos de um sonho que se acabou no acordar. O espelho que mostra os caminhos que já percorri. Laços que se foram e o tempo apagou. Recordo a infância inabalável, do pequeno pé de caju, da flor que nunca secou. Os répteis que pude ver e ter medo. Os cantos dos pássaros que nunca mais ouvirei. A boneca borrada, a manta e o sol. A tarde que caía por entre nuvens em formas de bichinhos. O futuro que não importava, a fome e o banho. A varinha verde, pra ir pro banho! Nada era mais lindo que brincar por debaixo das sombras. As estradinhas de terra, a flor cor de luz. A saudade, o raminho, a reza e a benção. Nada mais era preciso. A dança improvisada, para tirar risos dos lábios cansados da vida. A inocência de uma criança, a pureza,a calma e a fé. E hoje a saudade apenas, da infância que não foi perdida. Poderia ser eterno.

domingo, 5 de julho de 2009

Corações de lágrimas de sangue. Sentidos no ínfimo suor. Mente sem saber onde ir. Lugares que os olhos gostariam de ver. Onde encontrar a resposta? Situações simples. Os contornos de um corpo solúvel no ar, As gotas se mostram em formas de dor. Prostram-se meninos com fome. Olhar de desânimo e injustiças. Seguem os caminhos tortuosos. Carrinhos de madeira, sombra de uma velha árvore, De galhos infecundos. Distantes mães sem leite. Perseguidores sem sentimento. Mundo dos injustiçados. Ordeno a lei que jamais será seguida, A lei da igualdade. Os pés descalços, rachados de tanto caminhar, Na busca de apenas um grão, um líquido Que sustente essa pobre criança desnutrida. De laços em mãos degeneradas pelo cansaço. Triste fim de um mundo de desigualdade. A solução é o fim!