quarta-feira, 8 de julho de 2009

Viajar nesse mar, que jamais virá em mim, outra lembrança. Distâncias, fluídos de um sonho que se acabou no acordar. O espelho que mostra os caminhos que já percorri. Laços que se foram e o tempo apagou. Recordo a infância inabalável, do pequeno pé de caju, da flor que nunca secou. Os répteis que pude ver e ter medo. Os cantos dos pássaros que nunca mais ouvirei. A boneca borrada, a manta e o sol. A tarde que caía por entre nuvens em formas de bichinhos. O futuro que não importava, a fome e o banho. A varinha verde, pra ir pro banho! Nada era mais lindo que brincar por debaixo das sombras. As estradinhas de terra, a flor cor de luz. A saudade, o raminho, a reza e a benção. Nada mais era preciso. A dança improvisada, para tirar risos dos lábios cansados da vida. A inocência de uma criança, a pureza,a calma e a fé. E hoje a saudade apenas, da infância que não foi perdida. Poderia ser eterno.

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