domingo, 11 de abril de 2010



Nuvens inteiras nesse céu de meandros,
Sequestro de um corpo esquecido.
Estúpida vontade de apagar a luz e sair,
Cais de porto e melancolia.
Alegrias extremas e insensatas.

Meninos que brincam
De corações corroídos,
O sol se apagou no horizonte,
O crepúsculo se foi com meu calor
Nos braços.

Mais de mim em ti,
Mas de ti em mim não tem nada,
Mais de folhas verdes no chão.
Mas da terra árida a água?

Mãos e dedos fiéis,
Mãos de calos e anéis.
Mãos de adeus e Eloquências.
Mãos cruzadas em caixões de lona.

Olhos gélidos e interrompidos,
O estouro, o balaço.
O Adeus de um simples traço.
A vida que havia de vir
O feto se foi também.
                  
            (By Mari)

Um comentário:

Diego disse...

"E a solidão das margens negras supera a superfície de trilhos, trens e tramas de obscura delicadeza."

"Até o infinito da tua integridade - um mar de assombros repentinos há de brotar, subitamente, dos escombros da tua alma."

"Como se pudéssemos caminhar/ - O passo livre, em fogo -/ Às beiradas dos paralelismos férreos:/ E descêssemos às labaredas ígneas/ Dos sentimentos."

"Um vago no oco, um vasto no vácuo, um acuo de tijolos agudos, um sentir que sabe de buracos, bagagens e beirais derruídos do pó, de paredes e posteridades."

"O preto no branco, entremunhado. A tinta tétrica preta, tramada de trinados intoleráveis. O tom dos interstícios é uma toada turva. E metais todos dinamitados retesam os tetos tristes da estação."